terça-feira, 22 de maio de 2018

A CHAVE DE SÃO PEDRO



Apesar de meu passado kardecista e umbandista, minha experiência com a Jurema não teve nada a ver com caboclos ou com espíritos desencarnados. Foi uma vivência mística com mãe terra, com a expressão do sagrado feminino do sertão, a Jurema-orixá, força da natureza, aspecto da grande deusa das águas nos lugares mais secos e desérticos.
Aspecto da grande mãe? A grande mãe é a floresta, a inteligência do reino vegetal ou, em uma escala maior, a natureza.
Arqueólogos encontraram resquícios de Canabis em urnas incensarias de mais de 5000 mil anos, dedicados a deusa lunar Isis, no antigo Egito. Hoje, adeptos do Santo Daime e do xamanismo brasileiro chamam a mesma planta de ‘Santa Maria’ para escândalo dos cristãos católicos e protestantes.Para mentalidade da religiosidade pagã, porém, todas as outras plantas são, de efeito psicoativo ou não, aspectos do Sagrado Feminino.
É claro que a introdução do símbolo de uma divindade feminina no cristianismo foi uma farsa histórica, uma ‘concessão’ da igreja católica ao paganismo. A Virgem Maria ‘subiu aos céus’ 300 anos depois do filho, graça a um concilio eclesiástico que a considerou ‘Mãe de Deus’. No entanto, foi uma concessão conquistada pelos povos bárbaros. O melhor seria dizer que foi uma ‘negociação’ entre os sistemas de crenças dos colonizadores e dos colonizados - como também foram os sincretismos dos santos católicos com os orixás africanos no Brasil e no Caribe.
Prefiro pensar que a natureza (em seus aspectos mais femininos) se veste segundo a ocasião. Ela é o espírito santo dos protestantes, o Elohim (o nome de Deus feminino plural em hebraico) para os judeus, o anjo que inspira Maomé para os mulçumanos.
Ela é a Rainha Jurema.
O livro ‘Meleagro’ de Luís da Câmara Cascudo estuda o Catimbó nordestino, uma modalidade de feitiçaria mesclada por diversos elementos étnicos brancos, negros e indígenas, mas bastante diferente da Pajelança amazônica, do Candomblé baiano e da Umbanda carioca.
Bastante comum no início do século, no Rio Grande do Norte e na Paraíba, o Catimbó era dirigido pelos “Mestres da Jurema” através de cantos chamavam “as linhas” (falanges de espíritos) e os “encantamentos” (trabalhos mágicos para cura, para sorte e para o amor). Cascudo descreve os rituais, detalha as plantas medicinais, as entidades e os diferentes elementos simbólicos de composição nestes trabalhos espirituais, bem como relata a vida de alguns dos mestres ainda existentes entre 1928 e 1945.
Entre os elementos essenciais do altar do Catimbó estão os maracás (chocalhos com sementes para marcação do ritmo dos cantos), as cuias com cauim (cachaça feita à base de macaxeira fermentada consumida pelos participantes), uma bacia de louça com água (a “princesa”), bonecas de pano (simbolizando pessoas ausentes para quem se deseja enviar um encantamento), um cachimbo de tabaco feito de pau da jurema (a “marca-mestra” ou simplesmente “mestra” usados em inúmeras operações mágicas) e, finalmente, uma chave grande de ferro.
Também era comum a presença de livros como os de São Cipriano ou do grupo ocultista Círculo Esotérico Comunhão do Pensamento. Porém, era difícil encontrar a Bíblia ou livros kardecistas – o que levou a sociedade da época a chamar a prática do Catimbó de “baixo espiritismo”.
A chave é um elemento simbólico importante, não só para abrir e fechar as sessões espirituais, mas principalmente no ritual do “Fechamento de Corpo”.
Além de Cascudo, há um relato detalhado deste ritual feito por Mario de Andrade, que levado por Cascudo aos cabimbós de Mãe Luiza em Natal, teve seu “corpo fechado” pelo famoso Mestre João Germano das Neves.
E esse é o ritual mágico resgatamos e atualizamos para uma nova era de espiritualidade.
ORAÇÃO DA CHAVE DE SÃO PEDRO
Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita no alto da cabeça)
Feche a Porta da minha cabeça às influências ruins - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta de minha Coroa para Luz Divina - Pelos poderes da chave de São Pedro (com uma mão em cada olho)
Feche a Porta dos meus olhos a todas as ilusões - Pelos poderes da chave de São Pedro (mãos cruzadas na testa com a direita por baixo)
Abra a Porta de meu terceiro olho - Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita na garganta)
Feche a Porta de minha fala às palavras falsas e cruéis - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta de minha voz para Verdade - Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita no centro do peito)
Feche a Porta do meu coração aos maus sentimentos - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta do meu coração para Alegria - Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita no alto abdômen)
Feche a Porta do meu plexo solar aos medos - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta do meu plexo solar para - Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita abaixo do umbigo)
Feche a Porta do meu corpo a todas as doenças - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta do meu corpo para Saúde - Pelos poderes da chave de São Pedro (mão esquerda embaixo da direita sobre a pélvis)
Feche a Porta do meu sexo aos desejos inconvenientes e inadequados - Pelos poderes da chave de São Pedro (troca mãos, colocando a direita embaixo)
Abra a Porta do meu sexo para Satisfação e o Contentamento - E fecho meus trabalhos com o poder de São João (batendo sete palmas)
E abro meus caminhos com o saber de Salomão (batendo sete palmas)

A oração da Chave de São Pedro pode ser feita individualmente, em duplas ou em grupos em roda. Nos três casos, após terminar a oração, deve-se bater sete palmas, uma sobre cada um dos centros trabalhados e no apenas no final proferir o fechamento: “E fecho meus trabalhos (...); E abro meus caminhos (...).”
No caso de duplas, deve-se utilizar a segunda pessoa do singular (tu ou você) ao invés da primeira pessoa (eu). Assim, diga: “... fechar a porta da tua cabeça...” e não “da minha cabeça”. Em duplas, a Oração tanto pode ser realizada simultaneamente, com os dois participantes recitando e recebendo a imposição, ou com cada um desempenhando os papéis de emissor e receptor, separadamente, cada um de uma vez. No primeiro caso, ela pode ainda ser recitada simultaneamente pelos dois participantes ou através da repetição de cada frase/gesto (o que é mais aconselhável tanto para iniciantes como para os casais que tem maior nível de intimidade e concentração).
No segundo caso, em que os papéis de emissor e receptor não se alteram, deve-se observar uma sincronia na respiração dos participantes, com uma inspiração profunda e uma expiração demorada a cada um dos sete pontos trabalhados. A oração também pode ser acompanhada com visualização de cores em cada um dos pontos pelo emissor experiente. Na oração tradicional, utilizada no ritual de fechamento de corpo do Catimbó, as pessoas que recebiam a imposição de mão cruzavam as pernas em pé, colocando o pé direito sobre o esquerdo. No entanto, este procedimento é aconselhável apenas quando apenas um dos participantes recebe o passe enquanto o outro recita a oração e faz a imposição de mãos.
Nos três casos citados acima (a oração individual, em duplas de modo recíproco e em roda) é aconselhável permitir o livre fluxo de energia ao invés de concentrá-la (isto é: manter as pernas paralelas, os joelhos levemente dobrados e os pés descalços em contato com a terra).
Em roda, reza-se a oração por três vezes consecutivas: a primeira nas costas da pessoa que estiver a nossa esquerda, a segunda nas costas de nosso companheiro à direita e finalmente individualmente. Também nessa modalidade é aconselhável utilizar-se da repetição, com uma única pessoa recitando as palavras e executando os gestos e as demais repetindo. Neste caso, o fechamento da oração (com as duas séries de sete palmas) só é feito ao final da terceira vez.

domingo, 20 de maio de 2018

Uma pergunta como resposta


IH É?
"Ih é?" é uma Interjeição irônica de admiração do interior do nordeste. Ele denota uma atitude humilde de quem desconhece superficialmente, mas também conota um sentido oculto de zombaria, de desqualificação sarcástica do interlocutor e de seu enunciado. Curioso observar que “ih foi?” é uma interjeição de confirmação sem deboche, utilizada com outra entonação e em situações de pretensa preocupação com o fato relatado. Nesse caso, a uma forma distante de solidariedade e não uma pergunta irônica. A expressão “Ih é” representa a sabedoria da ignorância confrontando a estupidez da sapiência.
Antigamente, o 'ih é' era anti-moderno e anti-global, como se dissesse "essa novidade não me interessa" (nem ao meu contexto local). Hoje, o 'ih é' se 'normalizou', perdeu seu tradicionalismo e é utilizado diante fatos bizarros. Hoje ele é uma expressão de estranhamento universal e não mais uma zombaria anti-moderna.
Ih é? Para que serve toda essa informação? A falsa pergunta reduz tudo a nada, esvazia o que parece essencial, sem negar, apenas indagando ironicamente sobre o que é dito.

O universal relativo

Einstein elaborou as teorias da relatividade, postulando a ‘posição relativa do observador em relação a uma referência em comum’ como ponto de partida epistemológico.
O tempo contínuo tal qual percebemos, por exemplo, só é percebido como tal dentro da órbita da terra. Se o observador estiver na lua, perceberá que o tempo cronológico é resultante do movimento de rotação da terra. Para Einstein o tempo só é contínuo na velocidade da luz, tudo abaixo da velocidade da luz é simultâneo e relativo à posição do observador dentro do universo. A luz não é só uma velocidade constante, é também uma medida de tempo e de distância (tal planeta está tantos anos-luz daqui).
Umberto Maturana adaptou essa noção para ciências biológicas, afirmando que há ‘objetividades entre parêntesis’ (indicando a consciência de que existem outros pontos de vista) e a ‘objetividade sem parêntesis’ (que não percebe os outros, apresenta sua percepção como universal e absoluta).
Nas ciências humanas, Deleuze (e a crítica pós-moderna) adotou a simultaneidade e a relatividade da física teórica, no sentido de negar a história como o desenvolvimento dos acontecimentos e a universalidade do projeto científico do ocidente. A crítica radical, no entanto, não levou a construção de um saber mais prático e democrático, mas sim que se perpetuassem formas de pensar históricas e etnocêntricas.
No entanto, alguns pensadores entenderam que não é necessário radicalizar o relativismo. Pierre Levy, por exemplo, recorre ao termo ‘Universal sem totalidade’[1] para definir a essência da cibercultura. Ou seja: cada um tem sua cultura, mas a natureza é universal. A cultura global é formada por fragmentos que espelham dentro de si uma totalidade inexistente no exterior.




[1] Pierry Lévy: O universal sem totalidade, essência da cibercultura. Acessível em:
https://jornalggn.com.br/blog/oswaldo-conti-bosso/pierry-levy-o-universal-sem-totalidade-essencia-da-cibercultura

quinta-feira, 17 de maio de 2018

segunda-feira, 14 de maio de 2018

CINEMA FEMININO



A definição que orientou esta seleção de “cinema feminino” é filmes que: 1) defendam ou expressam valores femininos, 2) sejam dirigidos e 3) protagonizados por mulheres. Embora não se trate de filmes alinhados como a crítica feminista, se priorizou a escolha de narrativas que não reforcem as relações de gênero com mulheres integradas em contextos tradicionais.
Vida de Menina (2003) - Direção: Helena Solberg
Pouco após a abolição da escravatura e a proclamação da república no Brasil, Helena Morley (Ludmila Dayer) começa a escrever seu diário, que revela seu universo e um país adolescente como a menina. Nesse momento da vida Helena é magra, desengonçada e sardenta, além de se achar feia. Não é boa aluna nem comportada como sua irmã Luizinha, tendo o apelido de “Tempestade”. Mas Helena, como nenhuma outra garota de Diamantina, escreve. É neste diário que Helena debocha e desmascara as pretensas virtudes alheias. Procurando com sofreguidão não perder uma infantil alegria de viver, e reinventando o mundo à sua maneira, Helena Morley é o diamante mais raro de Diamantina.
Nome de Família (2006) - Direção: Mira Nair
Ashoke (Irfan Khan) e Ashima (Tabu) são jovens indianos que têm seu casamento arranjado, seguindo as tradições locais. Eles deixam Calcutá rumo a Nova York, onde iniciam uma nova vida e se conhecem melhor. Logo eles têm um filho, Gogol (Kal Penn), nome dado em homenagem ao famoso autor russo. Ao crescer Gogol passa a buscar sua própria identidade, tendo que lidar com as tradições de sua família e seu direito de nascença americano. Ele passa a rejeitar seu próprio nome e namora Maxine Ratliff (Jacinda Barrett), uma garota rica. Enquanto planeja cursar arquitetura em Yale, Gogol se afasta cada vez mais das tradições da família.
Rosa Luxemburgo (1986) - Direção: Margarethe von Trotta
Nascida na Polônia e doutora em Ciências Econômicas, Rosa Luxemburgo torna-se uma das grandes líderes do movimento operário revolucionário alemão, adere ao Partido Socialdemocrata alemão em 1898 e em 1914, rompe violentamente com essa agremiação. Rosa, a Vermelha, como era conhecida, visceralmente internacionalista e antibelicista condena como uma traição o apoio dos socialdemocratas à deflagração da Primeira Guerra Mundial. Ao lado de Karl Liebknecht, junto com o qual fundou a Liga Spartakus, embrião do Partido Comunista Alemão, a militante se embrenha cada vez mais no movimento de massas, passando longos períodos na prisão.
Que Horas Ela Volta? (2015) - Direção: Anna Muylaert
A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.
What Happened, Miss Simone? (2015) - Direção: Liz Garbus
A vida da cantora, pianista e ativista Nina Simone (1933-2003). Usando gravações inéditas, imagens raras, diários, cartas e entrevistas com pessoas próximas a ela, o documentário faz um retrato de uma das artistas mais incompreendidas de todos os tempos.
Precisamos falar sobre o Kevin (2011) - Direção: Lynne Ramsay
Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
Meu Nome é Ray (2015) - Direção: Gaby Dellal
Ray nasceu mulher, mas nunca se identificou com o gênero e se prepara para fazer a cirurgia de transgenitalização. Sua mãe, Maggie, tenta encontrar a melhor forma de lidar com a questão, mas a avó homossexual de Ray, Dolly, recusa-se a aceitar a resolução e cria um conflito familiar.
Hannah Arendt (2012) - Direção: Margarethe von Trotta
Hannah Arendt (Barbara Sukowa) e seu marido Heinrich (Axel Milberg) são judeus alemães que chegaram aos Estados Unidos como refugiados de um campo de concentração nazista na França. Para ela a América dos anos 50 é um sonho, e se torna ainda mais interessante quando surge a oportunidade dela cobrir o julgamento do nazista Adolf Eichmann para a The New Yorker. Ela viaja até Israel, e na volta escreve todas as suas impressões e o que aconteceu, e a revista separa tudo em 5 artigos. Só que aí começa o verdadeiro drama de Hannah: Ela mostra nos artigos que nem todos que praticaram os crimes de guerra eram monstros, e relata também o envolvimento de alguns judeus que ajudaram na matança dos seus iguais. A sociedade se volta contra ela e a New Yorker, e as críticas são tão fortes que até mesmo seus amigos mais próximos se assustam. Hannah em nenhum momento pensa em voltar atrás, mantendo sempre a mesma posição, mesmo com todo mundo contra ela.
A Excêntrica Família de Antônia (1995) - Direção: Marleen Gorris
Definido como uma celebração da vida e da morte, esta co-produção entre Holanda, Bélgica e Inglaterra ganhadora do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro vai além ao contar a história de uma encantadora geração de mulheres. Comandada por Antonia, a saga familiar atravessa três gerações, falando de força, de beleza e de escolhas que desafiam o tempo. Nesse universo conhecemos curiosos personagens, como o filósofo pessimista, a netinha superdotada, a filha lésbica, a avó louca, o padre herege, a amiga que adora procriar, a vizinha que sofre abusos sexuais e os muitos amigos que são acolhidos por sua generosidade.
Persepolis (2007) - Direção: Marjane Satrapi
Marjane Satrapi (Gabrielle Lopes) é uma garota iraniana de 8 anos, que sonha em se tornar uma profetisa para poder salvar o mundo. Querida pelos pais e adorada pela avó, Marjane acompanha os acontecimentos que levam à queda do xá em seu país, juntamente com seu regime brutal. Tem início a nova República Islâmica, que controla como as pessoas devem se vestir e agir. Isto faz com que Marjane seja obrigada a usar véu, o que a incentiva a se tornar uma revolucionária.
Frida (2002) - Direção: Julie Taymor
Frida Kahlo (Salma Hayek) foi um dos principais nomes da história artística do México. Conceituada e aclamada como pintora, ele teve também um casamento aberto com Diego Rivera (Alfred Molina), seu companheiro também nas artes, e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush) e com várias outras mulheres.
Pela Janela (2016) - Direção: Caroline Leone
Rosália (Magali Biff) é uma dedicada operária de 65 anos que dedicou a vida ao trabalho em um fábrica de reatores da periferia de São Paulo. Certo dia acaba demitida e é consolada pelo irmão José (Cacá Amaral), com quem vive. Ele resolve levá-la em uma viagem de carro até Buenos Aires com o objetivo de distraí-la e no país vizinho Rosália vê pela primeira vez um mundo desconhecido e distante de sua vida cotidiana.
Políssia (2012) - Direção: Maïwenn
Diariamente, um grupo especializado da polícia francesa precisa lidar com duros crimes envolvendo crianças. A rotina envolve prisão de pedófilos, interrogação de pais abusivos e o cronfronto com menores infratores. Dentro deste universo, a vida privada de cada policial encontra pouco espaço, apesar de ser difícil manter o equilíbrio entre as duas partes. Essa dinâmica sofre sérias mudanças quando Melissa (Maïwenn), uma fotógrafa enviada pelo Ministério do Interior, passa a acompanhar as missões.
O Dia Em Que Me Tornei Mulher (2000) - Direção: Marzieh Makhmalbaf
Três gerações de mulheres. Todas em confronto com o pecado. A primeira delas é Hava, uma menina de nove anos. No dia do seu aniversário, a mãe a proíbe de sair de casa, pois está se tornando mulher. Se sair, estará pecando. A garota insiste, chorando. A avó, ao se lembrar que Hava nasceu ao meio-dia, permite que ela dê uma última escapada, apenas para despedir-se dos amigos. Uma garota vive para sua bicicleta. E está participando de uma corrida feminina, mas, durante todo o tempo, é perseguida por seus familiares que não aceita que ela seja uma esportista. Se ela persistir em praticar o esporte, considerado por eles um gesto pecaminoso, será expulsa de casa. Num aeroporto, uma senhora de cadeira de rodas se aventura comprando tudo aquilo que nunca pôde ter na vida: geladeira, televisão etc. Pede que tudo seja entregue numa praia, que será seu lar ideal e sua última casa.
Turista Espacial (1996) - Direção: Coline Serreau
Existe um planeta em que seus habitantes evoluíram a tal ponto que vivem em perfeita harmonia com a natureza. De tempos em tempos, alguns deles fazem excursões a outros planetas, seja para observá-los ou mesmo ajudá-los em seu processo evolutivo. Curiosamente, há 200 anos que ninguém quer vir para o planeta Terra. Até que um dia, por razões pessoais, uma mulher decide se voluntariar. Ela aterrissa em Paris. O filme aborda de maneira humorada temas variados como a fábula filosófica, a espiritualidade ativista, a sustentabilidade, o anti-conformismo, a ecologia, o feminismo, o humanismo, o pacifismo entre outros. Inspirador e divertido.
Meu Nome É Jacque (2016) - Direção: Angela Zoé
O documentário “Meu Nome é Jacque” aborda a diversidade através da história de vida de Jaqueline Rocha Côrtes, uma mulher transexual brasileira, que vive com Aids há mais de 20 anos. Militante pela causa, Jacque tem a vida marcada por lutas e conquistas, chegando a trabalhar como representante do governo brasileiro e na Organização das Nações Unidas. Hoje casada e mãe de dois filhos, mora numa pequena cidade, levando uma vida voltada para a maternidade, a família e a espiritualidade. Ao acompanhar o cotidiano de Jacque e revisitar sua trajetória, este documentário apresenta, pouco a pouco, os inúmeros desafios que foram rompidos por este rico personagem, levantando uma reflexão sobre o preconceito, a homolesbotransfobia e essencialização das pessoas e de suas características.
Certas Mulheres (2016) - Direção: Kelly Reichardt
Entre as vidas da advogada Laura Wells (Laura Dern), de Gina Lewis (Michelle Williams) e da recém-formada Beth Travis (Kristen Stewart) há pouca coisa em comum além do fato de que elas moram em Livingston, no estado de Montana. No entanto, as circunstâncias de suas vidas farão com que suas histórias se entrelacem de uma maneira íntima e profunda, ainda que distante, conforme buscam seus lugares no mundo.
Maré, Nossa História De Amor (2007) - Direção: Lucia Murat
O filme “Maré, Nossa História de Amor” conta a história de Analídia (Cristina Lago), filha de um chefe do tráfico de drogas preso, que briga pelo poder com o irmão de Jonatha (Vinícius D’Black), na favela da Maré. Separados pelo ‘apartheid’ entre as facções rivais, eles encontram no grupo de dança da comunidade, dirigido por Fernanda (Marisa Orth), um refúgio para o amor, a arte, o sonho e a possibilidade de uma vida longe do crime. Jonatha é MC da comunidade e seu sonho é gravar um CD. Dividido entre os irmãos mais velhos _ Paulo (Flávio Bauraqui), idealista, trabalhador e amante do samba e Dudu (Babu Santana), irmão adotado, chefe de uma das facções que comandam o tráfico na favela, ele vive o dilema de aceitar ou não a ajuda deste último, que promete financiar sua carreira com o dinheiro das drogas.
E Agora, Para Onde Vamos? (2007) - Direção: Nadine Labaki
Muçulmanos e católicos vivem em uma pequena comunidade no Líbano, cujo único elo de ligação com o mundo exterior é uma velha ponte, cercada por antigas minas terrestres que jamais foram removidas. O sinal de TV pega muito mal, o que faz com que não tenham muitas notícias sobre o que acontece no mundo. Apesar da comunidade ser dividida religiosamente, ela vive em paz. Até mesmo a igreja e a mesquita dividem espaço em uma mesma casa. Até que, um dia, os homens da comunidade começam a brigar entre si. É quando as mulheres entram em ação, procurando meios de mantê-los ocupados, de forma que não possam entrar em conflito.
A Vida Secreta das Abelhas (2008) - Direção: Gina Prince-Bythewood
Carolina do Sul, 1964. Lily Owens (Dakota Fanning) é uma garota de 14 anos atormentada pelas poucas lembranças que tem da mãe falecida em um trágico acidente causado por ela. Decidida a fugir da solidão e do relacionamento complicado com o pai, T. Ray (Paul Bettany), Lily foge de casa com sua empregada Rosaleen (Jennifer Hudson) e segue a única pista que pode levar ao passado de sua mãe numa pequena cidade do interior. Lá ela conhece August (Queen Latifah), a mais velha das irmãs Boatwright, dona de um tradicional apiário da cidade e que também conhece alguns segredos do passado de sua mãe.
Selma: Uma Luta Pela Igualdade (2014) - Direção: Ava DuVernay
Em 1964, enquanto Martin Luther King Jr. recebe seu Nobel da Paz, diversos afro-americanos, como Annie Lee Cooper de Selma, ainda não têm acesso a inscrição nos cadernos eleitorais. Para garantir o direito de voto para todos os afro-americanos, Martin Luther King então reúne-se com o Presidente Lyndon B. Johnson, para que ele possa criar uma lei que proteja os negros que querem votar. Martin, em seguida, vai para Selma, no interior do Alabama, com Ralph Abernathy, Andrew Young e Diane Nash. Lá eles encontram vários ativistas da Conferência da Liderança Cristã do Sul (SCLC). Como Martin Luther King se torna importante, John Edgar Hoover tenta convencer o presidente Johnson para monitorar e prejudicar ainda mais seu casamento com Coretta King. Como as tensões vão aumentando, King e seus sócios decidem realizar as Marchas de Selma a Montgomery, enfrentando a violência das forças policiais locais, liderados pelo xerife Jim Clark e o Governador George Wallace.