quarta-feira, 27 de setembro de 2023

etnogenesis

 Quatro dicas para quem quer assumir uma identidade indígena


1) Conheça sua árvore genealógica. A identidade nativa das Américas é baseada no conhecimento dos antepassados, não apenas os nomes, mas também em quem foram e o que fizeram. Um indígena só reconhece outro se ele souber recitar sua descendência patrilinear por dez gerações. Os critérios adotados por colonizadores (como saber realizar a cerimônia do Toré, por exemplo, como fazia antigamente a Funai) são todos relativos e arbitrários.

2) Faça um teste genético (um exame de sangue serve) provando sua ascendência, confirmando a árvore hereditária e seu pertencimento a uma comunidade nativa. A tecnologia permite validar a tradição do ponto de vista científico e legal. Depois de adotar o critério da própria identidade, precisa validar pelo critério dos outros. 

3) A identidade nativa é coletiva e baseada na unidade entre comunidade e território. Portanto, é preciso documentar que a terra em que se encontra a comunidade hoje pertenceu à etnia no passado, caso exista um pleito para sua demarcação ou desapropriação. Não basta ocupar a terra e reivindicá-la; é preciso demonstrar que ela tenha sido originalmente pertencente aos descendentes da etnia que a reclama. O IHGB é o órgão que pode atestar os documentos que comprovem a posse original da terra pela comunidade. 

4) Estude a história do povo com que você se identifica. Não assuma denominações sem entender o que significam, principalmente, nomes adotados por outras tribos. "Tapuio" - por exemplo, é uma termo pejorativo utilizado pelos tupis para caracterizar os nativos de outras etnias, do tronco linguístico Jê. Você pode estar desrespeitando seus antepassados ao invés de celebrá-los.