Einstein elaborou as teorias da
relatividade, postulando a ‘posição relativa do observador em relação a uma
referência em comum’ como ponto de partida epistemológico.
O tempo contínuo tal qual
percebemos, por exemplo, só é percebido como tal dentro da órbita da terra. Se
o observador estiver na lua, perceberá que o tempo cronológico é resultante do
movimento de rotação da terra. Para Einstein o tempo só é contínuo na
velocidade da luz, tudo abaixo da velocidade da luz é simultâneo e relativo à
posição do observador dentro do universo. A luz não é só uma velocidade
constante, é também uma medida de tempo e de distância (tal planeta está tantos
anos-luz daqui).
Umberto Maturana adaptou essa noção para ciências biológicas, afirmando
que há ‘objetividades entre parêntesis’ (indicando a consciência de que existem
outros pontos de vista) e a ‘objetividade sem parêntesis’ (que não percebe os
outros, apresenta sua percepção como universal e absoluta).
Nas ciências humanas, Deleuze (e a crítica pós-moderna) adotou a
simultaneidade e a relatividade da física teórica, no sentido de negar a
história como o desenvolvimento dos acontecimentos e a universalidade do
projeto científico do ocidente. A crítica radical, no entanto, não levou a construção
de um saber mais prático e democrático, mas sim que se perpetuassem formas de
pensar históricas e etnocêntricas.
No entanto, alguns pensadores entenderam que não é necessário
radicalizar o relativismo. Pierre Levy, por exemplo, recorre ao termo ‘Universal sem totalidade’[1] para definir a essência da cibercultura. Ou seja: cada
um tem sua cultura, mas a natureza é universal. A cultura global é formada por
fragmentos que espelham dentro de si uma totalidade inexistente no exterior.
https://jornalggn.com.br/blog/oswaldo-conti-bosso/pierry-levy-o-universal-sem-totalidade-essencia-da-cibercultura
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