A VIAGEM DA HIENA (1973)
A Viagem Da Hiena é o primeiro filme do aclamado diretor senegalês
Djibril Diop Mambety é considerado um dos melhores filmes africanos, com
certeza um dos mais experimentais. Concebido com exatidão e magistralmente
realizado, o filme narra as cômicas desaventuras de Mory, um vaqueiro que monta
uma motocicleta com um crânio bovino. e Anta, uma estudante universitária.
Alienados e descontentes com o Senegal e a África, decidem ir para Paris,
buscando para tanto, arrumar dinheiro-fácil através de diferentes formas.
VIRGEM MARGARIDA (2012)
Moçambique, 1975. Com a independência do país recém-proclamada, o novo
governo quer eliminar alguns maus hábitos do colonialismo, entre eles a
prostituição. Em uma noite, centenas de mulheres são capturadas e levadas num
caminhão para um centro de reeducação isolado. Lá, elas são submetidas a um
duro programa de doutrinamento que inclui trabalhos forçados e castigos
corporais. Entre elas está Margarida, de 16 anos, capturada ao acaso por estar
sem documentos. Quando as prostitutas descobrem que Margarida é virgem, ela
passa a ser protegida e idolatrada como uma santa.
OS INICIADOS (2017)
Cabo Oriental, África do Sul. Xolani, um operário solitário, viaja para
as montanhas rurais com os homens de sua comunidade com intuito de atuar nos
rituais de Ulwaluko, que consiste na circuncisão de adolescentes de origem
Xhosa para que eles ingressem finalmente na vida adulta, tornando-se homens.
Xolani assume a responsabilidade sobre um garoto da cidade que o pai teme ser
homossexual e, quando o iniciante questionador descobre seu segredo mais bem
guardado, o operário não tem mais paz.
NJINGA, RAINHA DE ANGOLA (2013)
Rainha dos reinos do Ndongo (ou Ngola) e de Matamba, Njinga (1583-1663)
foi uma guerreira africana que durante quatro décadas tudo fez para poupar o
seu povo ao destino cruel da escravatura, generalizada pelos europeus no séc.
XVI. Corajosa e decidida, ela era filha do rei Kilwanji e irmã de Mbandi. Este,
tendo-se revoltado contra o domínio português em 1618, foi derrotado pelas forças
de Luís Mendes de Vasconcelos. O nome de Njinga surge nos registos históricos
alguns anos mais tarde, como uma enviada a uma conferência de paz com o
governador português de Luanda. Após vários anos de incursões portuguesas para
captura de escravos, e entre batalhas intermitentes, Njinga conseguiu negociar
um tratado de termos iguais, chegando a converter-se ao cristianismo de forma a
fortalecer a confiança entre os dois povos, adoptando o nome português de Ana
de Sousa. Determinada a proteger os seus, ajudou a reinserir antigos escravos e
formou uma economia que, ao contrário de outras, não dependia do tráfico de
pessoas. Njinga faleceu aos 80 anos de idade, admirada e respeitada por
Portugal, depois de uma luta corajosa contra a ocupação colonial, em defesa do
povo mbundu. Um filme histórico, com realização do português Sérgio Graciano,
segundo um argumento de Joana Jorge, que narra o percurso de honra e coragem de
uma das mais importantes mulheres africanas da História.
RAINHA DE KATWE (2016)
Phiona Mutesi é uma jovem de Uganda que faz de tudo para alcançar o seu
objetivo de se tornar uma das melhores jogadoras de xadrez do mundo. Órfã de
pai e moradora de uma região bem pobre, Mutesi foi obrigada a largar a escola
por falta de dinheiro, mas agora está decidida a enfrentar todos os obstáculos
para tornar seu sonho realidade.
A PEQUENA VENDEDORA DE SOL (1999)
Menina aleijada de doze anos, Silli vai mendigar nas ruas de Dakar. Um
bando de meninos vendedores-mirins de jornais zombam de sua deficiência. Ela
logo decide parar de mendigar e começa também a vender jornais, atividade
normalmente reservada aos meninos. No decorrer de suas aventuras, Sill conhece
Babou: uma amizade que se afirma frente á brutalidade dos pequenos rivais
vendedores de jornal…
BADOU BOY (1970)
O menino Badou, um jovem delinquente, vive aprontando em sua cidade,
perturbando a paz de todos que o cercam. Sua fama consagra-o como uma das
figuras mais procuradas pela polícia, que nunca consegue alcançá-lo. Enquanto
isso, um mendigo cego sobrevive de sua humilde música, denunciando através do
canto uma série de injustiças sociais. Com este primeiro longa, o diretor
Mambéty passou a ser considerado uma espécie de ‘Godard Negro’.
TIMBUKTU (2014)
Julho de 2012, em uma pequena cidade no norte de Mali, controlada
por extremistas religiosos. Uma família tem sua rotina alterada quando um
pescador mata uma de suas vacas. Ao tirar satisfação sobre o ocorrido, Kidane
(Ibrahim Ahmed dit Pino) acaba matando o tal pescador. Tal situação o coloca no
alvo da facção religiosa, já que cometera um crime imperdoável.
A VIDA SOBRE A TERRA (1998)
Um cineasta decide passar a virada para o ano 2000 na aldeia onde
nasceu. No cotidiano pobre e sofrido da aldeia, ele reencontra seu pai, passeia
de bicicleta e encontra a jovem Nana que traz nova vida ao local.
PROCURANDO FELA KUTI (2014)
Ninguém melhor que Fela Kuti para personificar o movimento musical
africano dos anos 70 e 80. Paralelamente, o multi-instrumentista, cantor e
compositor associou-se ao activismo político pós-colonial e anti-apartheid. A
sua postura, os seus hábitos e consumos, bem como a sua música determinaram uma
vida marcada por perseguições do repressivo regime militar nigeriano que se
prolongaram até à sua morte, aos 58 anos, vítima de complicações decorrentes da
SIDA. O ressurgir do afrobeat na última década recuperou o interesse no
trabalho de Fela Kuti e levou à estreia de um aclamado musical na Broadway
sobre a história do lendário músico. Finding Fela acompanha a estreia do
musical em Lagos, na Nigéria, e aproveita a ocasião para recuperar o material
que serviu de base à construção do espectáculo – filmes de arquivo,
depoimentos, etc. –, ao mesmo tempo que recorda a vida do músico africano,
documenta a performance e a sua recepção na terra natal de Fela Kuti.
EU NÃO SOU UMA FEITICEIRA (2017)
Depois de um incidente banal em sua vila, a menina de 8 anos Shula
(Maggie Mulubwa) é acusada de bruxaria. Depois de um rápido julgamento, a
garota se torna culpada e é levada em custódia pelo Estado, sendo exilada para
um campo de bruxas no meio do deserto. No local, ela passa por uma cerimônia de
iniciação em que aprende as regras da sua nova vida como bruxa. Como as outras
residentes, ela é amarrada em uma grande árvore, sendo ameaçada de ser
amaldiçoada e de se transformar em uma cabra caso corte a fita.
COME BACK, AFRICA (1959)
Zachariah é um camponês de origem Zulu que se muda para Joanesburgo a
fim de encontrar trabalho e sustentar sua família financeiramente. Na cidade,
são vários os trabalhos que o esperam, todos marcados pelo racismo desenfreado:
trabalha no interior de uma mina de outro, adapta-se para trabalhar como
doméstico para uma família de brancos, em um estacionamento e um restaurante
exclusivo para brancos. Em seu tempo livre, se distrai com os amigos nos bares
destinados aos negros, onde se discute acaloradamente a questão racial. Logo,
sua esposa e seu filho juntam-se a ele no subúrbio de Sophiatown, mas a
esperança logo dá espaço a uma grande tragédia. Come Back, Africa é um semi
documentário apoiado por organizações negras norte-americanas, realizado
ilegalmente na África do Sul no auge de sua segregação racial.