segunda-feira, 22 de outubro de 2018

#elassim

Sejamos francos: as feministas e ações de mulheres em geral nunca agradaram ninguém. Já existe gente que coloca a culpa do fortalecimento da direita no movimento das mulheres #elenão.
Nessa visão, o movimento das mulheres é confundido com o LGTB e é atacado por um viés conservador em nome da família e dos bons costumes. O kit gay, o aborto, a pedofilia, as drogas e até a soltura dos presos são associadas ao movimento #elenão em uma cruzada moralista e hipócrita.
Mas, vejam: o #elenão é versão circunstancial do #metoo, um movimento histórico de dimensões globais. Houve uma reação conservadora ao #elenão, mas isso em nada diminui a prioridade da luta das mulheres em relação a luta política em geral pautada pelo #metoo. 
Para quem pensa dentro da caixa da esquerda, é fácil colocar a responsabilidade nas mulheres e na ênfase feminista, já que as “lutas identitárias” são secundárias mesmo diante da luta de classes e da luta política em geral.
Prefiro pensar a luta política de cada um de forma integral. O machismo está dentro de nós. Fascismo também. Um ensinamentos do #elenão/#metoo é justamente essa interseccionalidade que a esquerda não quer e que a direita tenta se apropriar.
No século que vem, os historiadores vão achar graça dos que acreditam que as eleições são mais importantes do que a mudança histórica global do comportamento feminino depois de muitos séculos de opressão.
Talvez seja justamente o contrário que esteja acontecendo: que personagens como o presidente Trump e o capitão inominável sejam catalizadores do futuro.

DA LIBERDADE INESPERADA

Vivi para ver ...
maconheiro defendendo Bolsonaro;
o papa e a madona do mesmo lado;
e o povo sem vê.

Vivi para ver ... 

As mulheres contra o fascismo
e o passado que retorna.
"O que vc nega, te domina;
O que aceita, te transforma."

Vivi para ver revolução

não do jeito que sonhava
o mundo muda em direção
da liberdade inesperada.


02/10/2018


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