O surto internacional do Corona Vírus
desencadeou uma série de efeitos colaterais de dimensões assustadoras. A
recessão mundial, o desemprego estrutural e a necessidade de reorganização da
produção em novos padrões de consumo tornaram-se questões vitais, ameaçando a
supremacia social do mercado diante do estado e da sociedade civil.
Os países se dividem entre quem
prefere financiar o mercado (mantendo os empregos e o atual modelo de negócios)
e os que direcionam seus recursos para ajudar as pessoas, através de programas
de renda básica universal. Nos EUA, Trump dividiu os recursos ao meio para
atendar às duas demandas de modo demagógico.
Na Europa, por outro lado, a renda
mínima universal não é apenas um modo de financiar o consumo e, indiretamente,
a produção; é também uma forma de investir nas pessoas e diminuir problemas
sociais futuros. Para eles, escolher e valorizar as pessoas é a única forma do
mercado sobreviver.
Também precisa ser dito que os programas
de renda mínima universal (associados à educação e à saúde) são a resposta social
adequada, não apenas para diminuir as desigualdades sociais (verticais e
regionais), mas também para desestabilizar a desigualdade de gênero - porque
dificulta a exploração capitalista do homem sobre o homem e a dominação
patriarcal que os homens exercem sobre as mulheres. Os programas criam um novo
patamar para o desenvolvimento humano. Por isso, a bandeira de renda mínima
universal é tão importante. Ela deve ser a principal bandeira política em
vários países depois desse apocalipse corona.
Aqui no Brasil, além do vírus letal e
da crise econômica provocada pelo confinamento, temos também que nos defender da
ganância dos comerciantes e de outros que aproveitam do momento para ganhar dinheiro,
das loucuras de um presidente completamente insano e do oportunismo de um
congresso golpista.